terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Japão está representado no mercado internacional de vinhos

Embora sem qualquer tradição na área, vinho produzido a partir da uva Koshu, está sendo exportado para o mundo inteiro

Não precisa nem ser especialista em vinhos para saber que vinho japonês não é muito comum. Normalmente vinhos são oriundos de países da Europa e América do Sul. Mas a vinícola mais antiga do Japão, a chatomercian, promete mudar essa história. Um vinho produzido a partir da uva Koshu, tem disputado espaço em mercado tradicionais.

A uva Koshu foi levada ao Japão há mais de 1200 anos, na época da rota da seda. O país oriental não tem e nunca teve um clima propício à cultura de uvas. Mas a Koshu tem uma particularidade, se adaptou ao clima frio e úmido da região de Yamanashi, próximo ao Monte Fuji.

Embora só agora tenha sido alvo de atenção por parte de sommeliers do mundo inteiro, o vinho japonês não é tão recente assim. “O vinho (do Japão) é muito tradicional, mas só nos últimos anos é produzido com mais qualidade. Antes se produzia a partir do que sobrava da uva (Koshu), agora há uma cultura voltada para isso”, disse o consultor de vinhos e vice-presidente da Associação Brasileira de Sommeliers, Bruno Vianna. SegundoVianna, que já viajou duas vezes ao país asiático, tem-se criado no Japão um costume nos jovens de freqüentar wine bars, que nada mais são do que estabelecimentos que comercializam taças avulsas de vinhos para degustação.

Toda essa cultura voltada a produção e consumo de vinhos, incentivou a formação da associação “Koshu of Japan”dos produtores da uva Koshu. São 15 famílias produtoras da uva que tem o objetivo de disseminar informações sobre o vinho genuinamente japonês. Para obter mais informações acerca da Associação acesse o site   http://www.koshuofjapan.com/introduction/index.html.

O vinho

De acordo com o sommelier Bruno Vianna, o vinho japonês é seco e  bastante aromático por conta da utilização de flores. Além disso, seu teor alcoólico chega a no máximo 11,5%, o que o deixa com mais acidez. “Combina muito com a culinária oriental”, lembra Vianna.

 No Brasil, a presença do vinho ainda é pequena. Há cerca de 1 ano apenas, os brasileiros puderam encontrar somente em estabelecimentos especializados exemplares. Aliado a pequena inserção no mercado brasileiro, o preço é outro fator que não estimula seu consumo. Uma garrafa custa aproximadamente R$ 390,00. Segundo Vianna, a pouca quantidade de produção (são apenas algumas famílias produtoras) faz o preço ficar alto.

O mercado

A presença em crescimento de um vinho sem tradição no mercado traz à tona as mudanças profundas às quais esse setor está exposto. Embora aparentemente alguns vinhos, sobretudo aqueles provenientes de países europeus (historicamente produtores de vinhos aclamados pela crítica), ocupem lugares cativos na preferência dos consumidores, nem eles estão imunes a interferência da inovação. “Está havendo sobra de vinho no mercado internacional, o que leva a inovação no vinho do mundo inteiro”.

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