quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Novos sabores conquistam consumidores

De olho nas novidades e tendências gastronômicas, bares e restaurantes de Campinas apostam em receitas exóticas

Rayssa Anicezio

A gastronomia está se reciclando. É visível a mudança de proposta de muitos bares e restaurantes que passaram a apostar em receitas até então consideradas exóticas. Segundo a especialista em gastronomia e colunista da Revista Metrópole Suzamara Santos, países como Japão, China, Marrocos e Indonésia lideravam o ranking quando o assunto era cozinha exótica, mas o Brasil pode se considerar próximo de figurar essa lista devido à fartura de ingredientes e de hábitos alimentares.

Há muito a gastronomia deixou de se resumir a apenas o arroz e feijão feito em casa para o almoço de cada dia. Atualmente, pesquisas, estudos e teses influenciam pessoas do mundo inteiro na hora de cozinhar. Da obrigação rotineira, cozinhar tornou-se sinônimo de arte e requinte. Uma mistura de temperos, aromas e condimentos dá cor e textura a inúmeras receitas. No Brasil isso não é diferente. Durante séculos influenciado por vários povos, o país tornou-se multicultural. A culinária brasileira é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos, entre tantos outros. Os hábitos alimentares variam de região para região de acordo com a história, tanto que é comum um local desconhecer as particularidades do outro. E isso não acontece apenas no campo gastronômico, há inúmeras diferenças no modo de falar, agir, pensar e se vestir.

A gastronomia desperta tal interesse, que em Campinas, de acordo com Suzamara, apresenta-se como principal opção de lazer. “Temos excelentes casas, de várias especialidades, que vão da alta gastronomia à culinária popular de boteco, passando pelas tendências de vanguarda, como a cozinha molecular”.

Aliás, a cozinha molecular tem gerado discussões entre seus adeptos e ainda é considerada recente no Brasil, no entanto, em países como França e Inglaterra, estudos sobre a técnica são feitos há mais de uma década. O blogueiro Vitor Hugo do pratofundo.com tem postado textos para esclarecer o significado dessa nova tendência culinária. “Gastronomia Molecular é o estudo científico dos processos químicos e físicos que ocorrem durante o cozimento. É possível criar novos métodos, técnicas e equipamentos, além de aperfeiçoar os já existentes. Já Cozinha Molecular utiliza os conhecimentos descobertos em seus pratos”. Um exemplo é o efeito da temperatura no cozimento do ovo. Embora os livros de culinária indiquem o tempo em minutos para o cozimento, verifica-se que o controle da temperatura é o fator mais importante para se obter o resultado desejado.

Mesmo com todos esses avanços e novidades, muitos ainda consideram Campinas uma cidade provinciana, contudo, Suzamara afirma que existe uma preocupação com a formação dos chefs. “Temos profissionais modernos, preparados e, principalmente, cultos. São chefs que buscam informações, não apenas em escolas de gastronomia, mas também em regiões onde hábitos e ingredientes compõem uma cozinha típica das mais originais”.

             Caipiroska de rúcula Andarilho

Um exemplo de estabelecimento que aposta nas novas tendências é o Andarilho Bar e Whisky Club. No seu cardápio diferenciado, o barman Daniel Barbosa incluiu a caipiroska de rúcula, uma mistura de folhas frescas, gelo, vodca e copo incrustado com sal. A bebida, que faz parte da cartilha de drinks da casa há pouco mais de dois anos, é considerada o carro chefe. E não é só o bar que aposta no diferencial, a cozinha incorporou sopas e cremes para dias mais frios. A Tenessopa leva legumes batidos e o destilado Jack Daniel’s, e acompanha torradas e parmesão ralado.

Para a especialista Suzamara, pratos e drinks exóticos estão aos poucos conquistando espaço. “O paladar dos comensais está mais apurado, mais treinado. Os frequentadores de restaurantes não tem medo de experimentar pratos novos e vem um programa gastronômico como uma experiência sensorial importante. Isso é reflexo da oferta”.
No Restaurante Fogão Mineiro, o chefe Wagner Fabiano Pires aposta na costelinha agridoce, uma mistura de carne de porco e mel. Pratos com balanço entre doce e salgado e as sensações provocativas da gastronomia molecular são algumas dicas sugeridas por Suzamara Santos para quem quer apostar na culinária exótica.

Para fazer em casa 
Caipiroska de rúcula

Ingredientes
Vodka
Rúcula
Gelo
Açúcar

Modo de Preparo
Amasse as folhas de rúcula junto com uma colher de sopa de açúcar, adicione gelo triturado e vodka. Depois, misture. 
Utilize uma folha para decorar. Sirva em copo incrustado com sal.




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