quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Das caravelas portuguesas aos mais brasileiros do paladar


O bolinho de bacalhau além de saboroso, pode trazer benefícios a saúde dos consumidores


André Luis de Moraes

 
Os portugueses são conhecidos por aprender a tratar do bacalhau, mas diz a história que já no ano 1000 dc,o peixe salgado já estava presente nas mesas européias através dos pescadores bascos. Mas não podemos tirar dos nossos colonizadores os créditos por nos apresentarem esse delicioso ingrediente que faz com que degustamos iguarias especiais como o famoso e popular bolinho de bacalhau.

Apesar de ser muito consumido na época das festividades pascoais, o bolinho é encontrado em bares, restaurantes e feiras livres, onde ainda é muito procurado com as mais diferentes combinações, entre elas, a famosa cerveja, apreciada por muitos brasileiros.

Para, Carolina de Moraes, 43 anos, dona de uma barraca que fica na feira livre no Largo do Pará, o bolinho é responsável pela geração de
renda da família, pois segundo ela, há 3 anos tem uma barraca onde o produto é muito consumido. “Comecei a fazer o bolinho em minha casa,daí por sugestão acabei abrindo essa barraca no centro de Campinas”,conta Carolina.A proprietária conta que certa vez foi procurada em sua residência por uma gestante que passando pela sua barraca sentiu o cheiro do bolinho e ficou com vontade, “Ela descobriu aonde eu morava, perguntando para uma vizinha de barraca minha” sorri Carolina.

Levando em consideração o seu ingrediente principal, o bacalhau, é um peixe onde se aproveita tudo, até as bochechas e a língua, pois tem o baixo teor de gorduras e alto valor protéico e só deve ser evitado pelos hipertensos, por causa do sal. Tem um mínimo de colesterol e é rico em cálcio, ferro e vitaminas do complexo B. Além disso, possui Vit. E e Ômega 3, substâncias que ajudam a controlar os níveis de colesterol no sangue. Tem em média 160 calorias por cada 100g.

Valor nutricional do Bacalhau:

A cada 100 g, oferece
130 kcal
29 g de proteína
0,7 g de lipídios
19,7 g de minerais
225 mg de cálcio
617 mg de fósforo
2,8 mg de ferro
0,07 mg de vitamina B1
0,11 mg de vitamina B2
8,6 mg de niacina
Na cidade de Campinas, temos alguns lugares onde a iguaria é bastante procurada e de fama internacional. Um exemplo disso é o City Bar, que está localizado no bairro do Cambuí, e carrega o slogan “O melhor bolinho de bacalhau do mundo” atraindo a todos que passam por Campinas a apreciar a Iguaria.
Desde o ano de 1967,José dos Santos,conhecido como “Seu Zé”,deixou o Distrito de Leiria,em Portugal, rumo ao Brasil.Tnha então quinze anos de idade e vinha para encontrar o pai que já morava no país, e para fugir do serviço militar obrigatório que enviava os jovens portugueses para as colônias africanas,veio para o Brasil.Aqui,especificamente em Campinas,interior de São Paulo,ele está a frente do City Bar mantendo as tradições do bacalhau e principalmente do bolinho.Diante disso, os jurados da revista VEJA Campinas,elegeram os Salgados do City Bar Lanches como os melhores da cidade e na categoria de bares, o lugar recebeu o título de melhor boteco.
E para você que quer se aventurar a fazer um delicioso bolinho de bacalhau, abaixo está a tradicional receita passada pelo Seu Zé.
Bolinho de bacalhau (rendimento: 50 bolinhos)
Ingredientes:
- 1 quilo de bacalhau do porto
- 1 quilo de batata binje
- 3 dentes de alho ralados
- 1 cebola grande ralada
- 6 gemas
- 1 cálice de vinho do porto
- Salsa a gosto

Modo de fazer:
Depois de dessalgado, cozinhe o bacalhau, separe os espinhos e a pele e bata a carne do peixe (envolvida em um pano branco) até virar fibra. Cozinhe as batatas até que virem purê. Junte o bacalhau batido, o purê e os demais ingredientes até que se transformem em uma massa (se a consistência estiver mole, adicionar mais batata; se for o contrário, acrescentar mais gemas). Monte os bolinhos com duas colheres e frite em óleo a 250 graus.

O Senhor Marco Antônio de Oliveira,35 anos,reside próximo ao local e pelo menos a 8 anos ele aprecia a iguaria ,levando as vezes para receber suas visitas em casa, “Eu tenho descendência portuguesa,e quando eu não tenho minha mãe aqui em casa,eu venho aqui e pego”.


Vídeo

Confira o vídeo com um breve depoimento de Seu Zé, do City Bar, contando sobre o consumo da iguaria:



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