domingo, 31 de outubro de 2010

Drinks com vodkas devem priorizar ingredientes leves

Qualidade do destilado também deve ser observado


A vodca é a segunda bebida destilada mais tomada no país – só perde para a tradicionalíssima cachaça -, segundo levantamento feito em 2007 pela Secretaria Nacional Antidrogas. Geralmente neutra (existem versões aromatizadas), o destilado tem nos drinks o seu maior glamour. Ingredientes leves são uma boa pedida na hora de agitar a coqueteleira. Mesmo assim outras “misturas” devem ser respeitadas, de acordo com especialista em drinks.

Antes de fazer qualquer receita, no entanto, é bom observar a qualidade da vodca, que é produzida na maioria das vezes a partir da fermentação de grãos (trigo, centeio, por exemplo) e tubérculos (batata). A pureza e neutralidade estão ligadas à quantidade de resíduos presentes no produto final. “Muitas vodcas não passam por todo um processo de destilação, purificação e filtragem. Daí, a qualidade fica comprometida, pois vários outros alcoóis e aldeídos permanecem, por exemplo”, explica o médico Marcos Ponzoni, coordenador do site Clube da Vodka. Colecionador há 17 anos, ele tem um acervo de cerca de 500 garrafas, dos mais diferentes países.

Na hora de separar os ingredientes é bom observar a exclusividade de cada destilado, explica o mixologista (especialista em drinks) Marco De la Roche. “Pense que para misturar um suco de abacaxi, é mais fácil usar um destilado mais encorpado, como o rum ou cachaça”, comenta. No caso da vodca, famosa por sua neutralidade, a orientação é acrescentar ingredientes de leve harmonização, como “limão, lichia, maracujá e outras frutas leves”. Mas outras combinações (com refrigerantes, a preferida de muitos jovens) não soam como desrespeito às leis dos drinks. “Acho um movimento natural, há lugar para tudo. Não acredito que isso impeça o crescimento da coquetelaria”, afirma.


Marco De la Roche: premium no lugar da falta de qualidade
(foto: divulgação)

Mercado Premium

Para De la Roche, dono de uma consultoria que presta serviços para bares, restaurantes e cafés, as vodcas de má qualidade devem perder espaço. Isso porque, segundo o mixologista, o consumidor deve cada vez mais priorizar a qualidade. “Houve uma enorme abertura no mercado de vodcas, principalmente no segmento premium e superpremium”, explica. Marcas como Círoc (França) , Belvedere (Polônia) e Grey Groose (França) compõem essa faixa. Os preços das garrafas (750 ml) variam de R$ 149,90 a R$ 279,00.







“Aguinha”

Segundo o jornalismo gastronômico inglês e autor do livro "Guia Internacional do Bar", Michael Jackson, a palavra vodca é usada de maneira errada, já que nos países eslavos o termo significa qualquer bebida destilada. Trata-se de um diminutivo irônico de água. O teor alcoólico, de acordo com Jackson, varia de 35% a 80%.  


Receita - Drink da Barbie

Vodkas.com.br

Ingredientes:

- 1 dose de licor de morango
- 1 dose de suco de morango
- 1 dose de suco de laranja
- 1 dose de vodka

Modo de preparar:

- Pegue um copo de longdrink e coloque gelo até em cima em seguida coloque as doses em ordem e não misture, como os liquidos tem consistência diferente não iram se misturar.
- Para beber utilizar um canudo e ir subindo para sentir o gosto de cada ingrediente.

sábado, 30 de outubro de 2010

Cozinha Molecular começa a virar realidade

Cursos da modalidade gastronômica passam a ser mais frequentes na RMC

Pâmela Paduan

Em 1908, o cientista húngaro Nicholas Kurt e o químico-físico francês Hervé This, decidiram entrar na cozinha para estudar a estrutura molecular dos alimentos e analisar os fenômenos gastronômicos, como a fervura do leite. Nascia aí a cozinha molecular, que começa a ser difundida somente agora no Brasil, através de cursos que passam a ser oferecidos por especialistas que buscaram a modalidade principalmente na Europa.

De acordo com o chef Leandro Silvano, um dos poucos especialistas da prática na RMC (Região Metropolitana de Campinas), a técnica chegou ao Brasil em 1998, mas ainda hoje encontra muita resistência. “Os principais obstáculos são a dificuldade em se conseguir os produtos químicos e a cultura brasileira. Para o povo brasileiro, a comida é feita para matar a fome, mas precisa ser vista como uma arte. A cozinha molecular é a arte de surpreender os clientes com coisas simples e pequenas, fazer com que ele experimente sensações únicas, exige não só técnica, mas muita criatividade”, comentou.

Alguns processos são mais comuns dentro da cozinha molecular. O mais básico consiste em misturar alimentos, a chamada mixologia. É possível, por exemplo, misturar de Halls preto, água tônica e vodca. Na medida certa, estes ingredientes juntos formam um drink fosforescente.

Outro processo comum é a esferificação, também muito simples. Só é necessário alginato de sódio, cloreto de cálcio e água, para fazer um ovo doce: gema de manga e clara de leite de coco. Os produtos químicos, utilizados em quantidade e de forma adequada, criam uma película externa na esfera e, no interior, o líquido é o que surpreende.



Já na criogenia, alimentos ou coquetéis são preparados a temperaturas baixíssimas (- 196°C), com a utilização de nitrogênio líquido. Sorvetes de qualquer sabor (“de azeite ou fígado de pato”) podem ser feitos instantaneamente em casa, bem como bombons gelados: sólidos por fora e líquidos por dentro. “Além de que quando utilizamos esta técnica para o cliente, a cena por si só já surpreende, uma vez que o nitrogênio é mais denso que o ar e a fumaça se espalha e desce ao redor da mesa”, disse Silvano. Para o preparo de coquetéis na cozinha molecular, é comum o processo de gelificação (tornar gel). Bebidas alcoólicas ou não, passam a ser comidas ao invés de bebidas.
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Receita sugerida pelo Chef
Pastilhas de “Sex on the Beach” com gel de vodca

Ingredientes
Para a geleia de laranja
200 ml de suco de laranja já reduzido
50 ml de licor de pêssego
0,8% de goma gelana

Para a geleia de granadine
50 ml de granadine
50 ml de água
0,8% de goma gelana

Para o gel de vodca
50 ml de vodca
30 ml de água
1,5% de carboximetilcelulose


Modo de preparo
Aquecer o granadine com a água a 90°C, adicionar a goma gelana e mexer até se obter uma mistura homogênea. Em seguida, colocar em um recipiente que fique mais ou menos com 1 cm de altura, e levar à geladeira, até gelificar.

Faça o mesmo procedimento com o suco de laranja misturado com o licor de pêssego e a goma gelana. Retire o granadine gelificado da geladeira e despeje a mistura da laranja por cima, levando à geladeira novamente.

Quando for servir, bata os ingredientes do gel de vodca em um mixer. Com um cortador, corte a geleia de Sex on the Beach em porções e decore com o gel de vodca.
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Muitas outras coisas ainda podem ser feitas na cozinha molecular, como uma “uma sopa em forma de espuma, bem leve, que liquidifica na boca”. Mais além, a cozinha molecular também permite o preparo de alimentos com ou sem alguns nutrientes. “Podemos fazer um espaguete de parmesão sem farinha para os celíacos, que são aqueles que não podem ingerir glúten”, exemplificou o chef.


E, de acordo com Silvano, não fica caro ter uma cozinha molecular dentro de casa ou de seu próprio restaurante. “É um investimento que, com certeza, vai ser aprovado pelo cliente”, concluiu. Um kit básico da cozinha molecular inclui dosadores, boleadores, mixer, balança de alta precisão e tanque de nitrogênio, além dos produtos químicos esferificantes (alginato e citrato de sódio, cloreto e gluconato de cálcio), gelificantes (goma gelana, Agar Agar), emulsificantes (lecitina de soja, mono e diglicerídeos), entre outros.




quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os alimentos também têm risco de extinção

A falta de utilização pode ser a principal causa para que certas delícias sejam esquecidas

Filipe Gonçalves

Para quem pensava que apenas os animais tinham o “privilégio” de entrar em extinção se enganou. Muitos alimentos, principalmente no Brasil, estão desaparecendo. E não por causa de uma plantação ou cultivo equivocados, mas por conta do não utilização deles. Se não têm mais utilidade, não há mais quem queira produzi-los, e assim, o alimento simplesmente deixa de existir.

Manuela Delatorre é sócia proprietária e chef de um restaurante de comida contemporânea brasileira em Campinas. Ela se destaca pela constante busca pelo melhor alimento a ser utilizado, e não necessariamente aquele que está a disposição com mais facilidade. “A gente tem que buscar o que temos de melhor, o produto na sua melhor época. Produtos bons não precisam de muitas coisas para acobertá-los, apenas ingredientes para ressaltar o sabor, como ervas, manteiga...” alerta Manuela.

Existe um catálogo internacional criado em 1996, ligado à associação “slow food” (saiba mais sobre esta associação na matéria de Bruna Marin neste blog) que identifica no mundo inteiro alimentos que estão próximos do abismo do esquecimento. O grande objetivo é incentivar a cultura e novas formas de utilizar estes alimentos.

Atualmente, são 21 alimentos brasileiros destacados no catálogo, que leva o nome de Arca do Gosto. Produtos como o pinhão, o pequi, o berbigão e o umbu estão na lista. Clique e acesse o site da Arca do Gosto. http://www.slowfoodbrasil.com/content/category/6/19/59

Para Manuela, a grande razão para que os alimentos estejam condenados a desaparecerem é a valorização exagerada e desnecessária de culturas estrangeiras. “a gente valoriza muito o que é de fora. A pessoa quer saber de truffa, caviar, mas não conhece o que tem aqui dentro. As frutas, os frutos, a grande diversidade que temos de peixes de água doce, os produtos do Amazonas do cerrado. Por outro lado, eu vejo muitos chefes de fora vindo buscar nossos produtos para levar pra lá.”, lamenta.

A chef lembra que é muito mais fácil encontrar restaurantes italianos do que brasileiros. “E os restaurantes brasileiros servem arroz, feijão e bife. Quem falou que no Brasil só se come isso? O Brasil é muito grande, cada região tem a sua cultura, o que se vende como comida típica brasileira é feijoada, mas tem tantas outras que a gente pode valorizar e resgatar.

O prato principal do restaurante de Manuela é o Filet à Cayena. Ele se resume basicamente a um filet mignon recheado com queijo brie, molho de framboesa e purê de tubérculos. O principal é o uso da taioba, um tubérculo, natural do Brasil, pouco utilizado, mas que pode render muitas receitas. Veja no vídeo abaixo como se fazer o prato Filé a Cayena.



Manuela espera no ano que vem servir pratos executivos em seu restaurante. A idéia vai ajudar a defender a tese de que é possível comer com qualidade e diversidade pagando pouco.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Salada Mediterrânea

Novidade no Brasil pode trazer hábitos mais saudáveis à população

Fátima Leite

Mais comum em países como Grécia, norte da África e Oriente Médio, o Brasil já contempla esse tipo de alimento, mas com a diferença de não ter a tradição de séculos.
Composta por uma base muito saudável como verduras, legumes, massas de trigo, peixe ou frango, azeitonas e principalmente azeite, fica fácil entender porque nesses lugares há uma expectativa de vida das maiores do mundo e incidência de doenças cardíacas e câncer das mais baixas.

Além de todos esses benefícios, a salada normaliza a taxa de açúcar no sangue e aumenta a longetividade, é considerada o alimento mais saudável do planeta.
É isso que faz com que a Unesco tenha incluído como indicado a salada em seus patrimônios culturais imateriais, que será votado no próximo mês.

A nutricionista Veridiana Moura, explicou que os ingredientes tem nutrientes que protegem a saúde, fibras, que ativam o funcionamento do intestino e ajudam a controlar o colesterol, antioxidantes, que bloqueiam reações químicas. O resultado é que adquire-se resistência aos radicais livres.
Em um simpósio realizado, especialistas afirmaram, que embora composto de azeite de oliva, ou seja, gordura, a dieta previne a obesidade devido variedade de sabor, mas desde que as calorias sejam balanceadas.
São poucos os lugares que servem o alimento em Campinas. O restaurante do SESI serve a salada, porém não todos os dias, é preciso se informar antes. Outro restaurante que incluiu a salada no cardápio foi o Essencial Light, no Cambuí.


Confira a entrevista de Veridiana Moura sobre os benefícios da salada mediterrânea.

Das caravelas portuguesas aos mais brasileiros do paladar


O bolinho de bacalhau além de saboroso, pode trazer benefícios a saúde dos consumidores


André Luis de Moraes

 
Os portugueses são conhecidos por aprender a tratar do bacalhau, mas diz a história que já no ano 1000 dc,o peixe salgado já estava presente nas mesas européias através dos pescadores bascos. Mas não podemos tirar dos nossos colonizadores os créditos por nos apresentarem esse delicioso ingrediente que faz com que degustamos iguarias especiais como o famoso e popular bolinho de bacalhau.

Apesar de ser muito consumido na época das festividades pascoais, o bolinho é encontrado em bares, restaurantes e feiras livres, onde ainda é muito procurado com as mais diferentes combinações, entre elas, a famosa cerveja, apreciada por muitos brasileiros.

Para, Carolina de Moraes, 43 anos, dona de uma barraca que fica na feira livre no Largo do Pará, o bolinho é responsável pela geração de
renda da família, pois segundo ela, há 3 anos tem uma barraca onde o produto é muito consumido. “Comecei a fazer o bolinho em minha casa,daí por sugestão acabei abrindo essa barraca no centro de Campinas”,conta Carolina.A proprietária conta que certa vez foi procurada em sua residência por uma gestante que passando pela sua barraca sentiu o cheiro do bolinho e ficou com vontade, “Ela descobriu aonde eu morava, perguntando para uma vizinha de barraca minha” sorri Carolina.

Levando em consideração o seu ingrediente principal, o bacalhau, é um peixe onde se aproveita tudo, até as bochechas e a língua, pois tem o baixo teor de gorduras e alto valor protéico e só deve ser evitado pelos hipertensos, por causa do sal. Tem um mínimo de colesterol e é rico em cálcio, ferro e vitaminas do complexo B. Além disso, possui Vit. E e Ômega 3, substâncias que ajudam a controlar os níveis de colesterol no sangue. Tem em média 160 calorias por cada 100g.

Valor nutricional do Bacalhau:

A cada 100 g, oferece
130 kcal
29 g de proteína
0,7 g de lipídios
19,7 g de minerais
225 mg de cálcio
617 mg de fósforo
2,8 mg de ferro
0,07 mg de vitamina B1
0,11 mg de vitamina B2
8,6 mg de niacina
Na cidade de Campinas, temos alguns lugares onde a iguaria é bastante procurada e de fama internacional. Um exemplo disso é o City Bar, que está localizado no bairro do Cambuí, e carrega o slogan “O melhor bolinho de bacalhau do mundo” atraindo a todos que passam por Campinas a apreciar a Iguaria.
Desde o ano de 1967,José dos Santos,conhecido como “Seu Zé”,deixou o Distrito de Leiria,em Portugal, rumo ao Brasil.Tnha então quinze anos de idade e vinha para encontrar o pai que já morava no país, e para fugir do serviço militar obrigatório que enviava os jovens portugueses para as colônias africanas,veio para o Brasil.Aqui,especificamente em Campinas,interior de São Paulo,ele está a frente do City Bar mantendo as tradições do bacalhau e principalmente do bolinho.Diante disso, os jurados da revista VEJA Campinas,elegeram os Salgados do City Bar Lanches como os melhores da cidade e na categoria de bares, o lugar recebeu o título de melhor boteco.
E para você que quer se aventurar a fazer um delicioso bolinho de bacalhau, abaixo está a tradicional receita passada pelo Seu Zé.
Bolinho de bacalhau (rendimento: 50 bolinhos)
Ingredientes:
- 1 quilo de bacalhau do porto
- 1 quilo de batata binje
- 3 dentes de alho ralados
- 1 cebola grande ralada
- 6 gemas
- 1 cálice de vinho do porto
- Salsa a gosto

Modo de fazer:
Depois de dessalgado, cozinhe o bacalhau, separe os espinhos e a pele e bata a carne do peixe (envolvida em um pano branco) até virar fibra. Cozinhe as batatas até que virem purê. Junte o bacalhau batido, o purê e os demais ingredientes até que se transformem em uma massa (se a consistência estiver mole, adicionar mais batata; se for o contrário, acrescentar mais gemas). Monte os bolinhos com duas colheres e frite em óleo a 250 graus.

O Senhor Marco Antônio de Oliveira,35 anos,reside próximo ao local e pelo menos a 8 anos ele aprecia a iguaria ,levando as vezes para receber suas visitas em casa, “Eu tenho descendência portuguesa,e quando eu não tenho minha mãe aqui em casa,eu venho aqui e pego”.


Vídeo

Confira o vídeo com um breve depoimento de Seu Zé, do City Bar, contando sobre o consumo da iguaria:



Novos sabores conquistam consumidores

De olho nas novidades e tendências gastronômicas, bares e restaurantes de Campinas apostam em receitas exóticas

Rayssa Anicezio

A gastronomia está se reciclando. É visível a mudança de proposta de muitos bares e restaurantes que passaram a apostar em receitas até então consideradas exóticas. Segundo a especialista em gastronomia e colunista da Revista Metrópole Suzamara Santos, países como Japão, China, Marrocos e Indonésia lideravam o ranking quando o assunto era cozinha exótica, mas o Brasil pode se considerar próximo de figurar essa lista devido à fartura de ingredientes e de hábitos alimentares.

Há muito a gastronomia deixou de se resumir a apenas o arroz e feijão feito em casa para o almoço de cada dia. Atualmente, pesquisas, estudos e teses influenciam pessoas do mundo inteiro na hora de cozinhar. Da obrigação rotineira, cozinhar tornou-se sinônimo de arte e requinte. Uma mistura de temperos, aromas e condimentos dá cor e textura a inúmeras receitas. No Brasil isso não é diferente. Durante séculos influenciado por vários povos, o país tornou-se multicultural. A culinária brasileira é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos, entre tantos outros. Os hábitos alimentares variam de região para região de acordo com a história, tanto que é comum um local desconhecer as particularidades do outro. E isso não acontece apenas no campo gastronômico, há inúmeras diferenças no modo de falar, agir, pensar e se vestir.

A gastronomia desperta tal interesse, que em Campinas, de acordo com Suzamara, apresenta-se como principal opção de lazer. “Temos excelentes casas, de várias especialidades, que vão da alta gastronomia à culinária popular de boteco, passando pelas tendências de vanguarda, como a cozinha molecular”.

Aliás, a cozinha molecular tem gerado discussões entre seus adeptos e ainda é considerada recente no Brasil, no entanto, em países como França e Inglaterra, estudos sobre a técnica são feitos há mais de uma década. O blogueiro Vitor Hugo do pratofundo.com tem postado textos para esclarecer o significado dessa nova tendência culinária. “Gastronomia Molecular é o estudo científico dos processos químicos e físicos que ocorrem durante o cozimento. É possível criar novos métodos, técnicas e equipamentos, além de aperfeiçoar os já existentes. Já Cozinha Molecular utiliza os conhecimentos descobertos em seus pratos”. Um exemplo é o efeito da temperatura no cozimento do ovo. Embora os livros de culinária indiquem o tempo em minutos para o cozimento, verifica-se que o controle da temperatura é o fator mais importante para se obter o resultado desejado.

Mesmo com todos esses avanços e novidades, muitos ainda consideram Campinas uma cidade provinciana, contudo, Suzamara afirma que existe uma preocupação com a formação dos chefs. “Temos profissionais modernos, preparados e, principalmente, cultos. São chefs que buscam informações, não apenas em escolas de gastronomia, mas também em regiões onde hábitos e ingredientes compõem uma cozinha típica das mais originais”.

             Caipiroska de rúcula Andarilho

Um exemplo de estabelecimento que aposta nas novas tendências é o Andarilho Bar e Whisky Club. No seu cardápio diferenciado, o barman Daniel Barbosa incluiu a caipiroska de rúcula, uma mistura de folhas frescas, gelo, vodca e copo incrustado com sal. A bebida, que faz parte da cartilha de drinks da casa há pouco mais de dois anos, é considerada o carro chefe. E não é só o bar que aposta no diferencial, a cozinha incorporou sopas e cremes para dias mais frios. A Tenessopa leva legumes batidos e o destilado Jack Daniel’s, e acompanha torradas e parmesão ralado.

Para a especialista Suzamara, pratos e drinks exóticos estão aos poucos conquistando espaço. “O paladar dos comensais está mais apurado, mais treinado. Os frequentadores de restaurantes não tem medo de experimentar pratos novos e vem um programa gastronômico como uma experiência sensorial importante. Isso é reflexo da oferta”.
No Restaurante Fogão Mineiro, o chefe Wagner Fabiano Pires aposta na costelinha agridoce, uma mistura de carne de porco e mel. Pratos com balanço entre doce e salgado e as sensações provocativas da gastronomia molecular são algumas dicas sugeridas por Suzamara Santos para quem quer apostar na culinária exótica.

Para fazer em casa 
Caipiroska de rúcula

Ingredientes
Vodka
Rúcula
Gelo
Açúcar

Modo de Preparo
Amasse as folhas de rúcula junto com uma colher de sopa de açúcar, adicione gelo triturado e vodka. Depois, misture. 
Utilize uma folha para decorar. Sirva em copo incrustado com sal.




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pimenta

Fernanda Curcio


Que existem vários tipos de pimenta isso todo mundo já sabe, mas será que as pessoas sabem apreciar esse condimento que traz um sabor a mais à culinária?
A pimenta originou-se das Américas  e tem esse sabor picante devido a uma substancia chamada apsaicina. Pouca gente sabe, mas essa característica ardida traz muitos benefícios à saúde, atua como cicatrizante de feridas, antioxidante, controla o colesterol, evita hemorragias, aumenta a resistência física. Além disso, influencia a liberação de endorfinas, causando uma sensação de bem-estar.
No Brasil, a mais tradicional é a pimenta malagueta, que origina os famosos molhinhos de pimenta, para os supersticiosos também é conhecida por espantar o mau olhado.
Para quem gosta de pimenta e não dispensa esse condimento, o segredo é saber apreciar essa especiaria e não somente pensar que toda pimenta é igual por ser ardida.
A nutricionista Juliana Botteri explica que a pimenta tem alto valor nutricional pois contém boas fontes de vitaminas, principalmente C e, em tipos ingeridos secos, vitamina A. Apresenta ainda cálcio, ferro, caroteno, tiamina, niacina, riboflavina e fibras. ‘A pimenta pode ser consumida sem medo e sem nenhuma restrição, as pessoas costumam dizer que a pimenta causa hemorróidas isso é um mito’.
No Brasil, a pimenta sem dúvida é mais popular nas comidas baianas e em outros países da América como México e Caribe também tem a sua culinária baseada na pimenta.

Aí vai uma receita para o famoso molho de pimenta caseiro

  • 15 pimentas (americana) grandes ou 30 pequenas

  • 1 lata pequena de massa de tomate

  • 2 cebolas médias

  • 1 cabeça de alho

  • 4 colheres (sopa) de azeite

  • 4 folhas de louro

  • 4 cravos da indía

  • 1 vidro de vinagre

  • Sal

  • 1 pimenta vermelha (se quiser)


  • Bata tudo no liquidificador e guarda em um vidro com tampa na geladeira.


    Café Gourmet: O ouro negro Brasileiro


    Panayote Jean


    É na região Sudeste, mais especificamente a região Mogiana de São Paulo, o sul e Cerrado de Minas Gerais, o Vale do Jequetinhonha, além do estado do Paraná, que o Café Gourmet brasileiro encontra seu principal pólo de cultivo. A região ainda detém o título de maior produtora de café do Brasil, e em especial, o café Gourmet que se caracteriza por possuir um sabor mais apurado em relação ao café comum decorrente da escolha de uma variedade especial do Coffea arabica ou Café Arábica.

    Para que o grão alcance tal nível de qualidade é preciso uma série de fatores: a qualidade da terra para o cultivo, clima propício, a colheita seletiva apenas dos grãos maturados, a moagem do grão e torragem, e o processo de embalagem com nitrogênio com o intuito de evitar a oxidação precoce do café, fatores esses presentes no região Sudeste do país.

    O valor do café Gourmet também se diferencia do café comum: de R$ 110,00 a saca do café comum, para R$ 132,00 o café Gourmet.

    Voltando um pouco na história, podemos datar a origem do café no século IX nas terras altas da Etiópia, mas contrariando a crença popular, a palavra “café” vem do árabe qahwa, que significa “vinho” devido à importância do café na cultura árabe.

    Desde a sua descoberta, muitas figuras importantes da história aderiram a bebida, como o papa Clemente VIII e Luís XIV, entretanto foi com o surgimento das casas de café na Europa, em meados do século XVII, e com a inveção da cafeteira, final do século XVIII, que a bebida de cor marrom se tornou popular mundialmente devido ao seu sabor e suas qualidades estimulantes.

    No Brasil o café foi introduzido pelo Sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que em missão secreta à Guiana Francesa, conseguiu sementes de café das mãos de Madame d'Orvilliers, esposa do governador. Foi na região Sudeste do Brasil que o café conseguiu se estabelecer devido a qualidade da terra e do clima e se tornou um dos principais produtos brasileiros, fazendo com que no início do século XX fazendeiros da região indicassem ou tornassem-se presidentes do Brasil, política mais conhecida como café-com-leite.


     

    Legenda: Distribuição geográfica dos diferentes cultivos (r: robusta, m: robusta e arábica e a: arábica).


    Em Campinas existem diversos lugares para se saborear um verdadeiro café Gourmet, o Fran’s Café e o Café do Ponto são os estabelecimentos mais conhecidos dos grandes apreciadores dessa bebida estimulante e com sabor indescritível.
    E não basta somente ter um bom grão. A mão de quem tira o café também conta muito para seu sabor. O barista, nome como é conhecido o profissional especializados na apreciação e qualificação do café, tem um papel fundamental no preparo do café Gourmet. De acordo com a  coordenadora da unidade Cambuí do Fran’s Café, Raquel Teixeira do Nascimento, cada barista possui um estilo no preparo café. Em entrevista cedida ao Sabor em Pauta, Raquel explica as principais caracteristas do café Gourmet. (Veja a entrevista abaixo)










    Entre os anos de 1997 e 2007 o consumo do café pelos brasileiros cresceu de 11,5 milhões de sacas para 16,9 milhões de sacas.

    Segundo o diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), Nathan Herszkowicz, “o segmento de cafés de alta qualidade representa algo em torno de 4% a 5% do consumo brasileiro e a expectativa é de que esse mercado possa crescer até 10% de todo o mercado brasileiro nos próximos sete a dez anos”.


    As verdades e os Mitos sobre o Café


    Segundo o Professor Doutor Darcy Roberto Lima, Ph.D em Medicina pela Universidade de Londres, o consumo moderado de café (3 a 4 xicaras por dia) exerce um efeito de prevenção ao Mal de Parkinson, depressão, diabetes, cálculos biliares, câncer de cólon e ao consumo de drogas como o álcool, além de possuir propriedades antioxidantes, melhorando o desenvolvimento na prática de esportes.

    Ao contrário do que muitos acreditam o café não é só cafeína, ele possui apenas 1 a 2,5% dessa substância. Nele são encontradas, em maior quantidade, outras substâncias mais importantes para a saúde. Dentre as substâncias saudáveis podemos destacar: Vitamina B, lipídeos, aminoácidos, açúcares e uma grande variedade de minerais como potássio e cálcio.

    Darcy afirma que o consumo moderado café não faz mal para crianças e adolescentes, pelo contrário, ajuda no estimulo do sistema de vigília e na concentração e pode ajudar no aprendizado escolar, pois torna o cérebro mais atento auxiliando nas atividades intelectuais.

    Instituto define logomarca para celebrar Dia Nacional da Cachaça

     Por Fernanda Tomazin  

    O Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) apresenta em seu site o símbolo que ilustra o dia 13 de setembro, o dia da iguaria apreciada pelos brasileiros. Por meio de um concurso nacional, foram enviadas nove propostas de designers com diferentes símbolos  de cachaça, feitas por quatro empresas, as quais primeiramente foram submetidas ao voto entre os associados e posteriormente ao popular pelo próprio site da IBRAC, contabilizando 50,3% de votos para a empresa Bolero Comunicação, que ganhou reconhecimento pela criatividade e credibilidade em seu projeto.
      
    A ideia, segundo os organizadores com a exposição do logo é “divulgar e caracterizar essa bebida genuinamente brasileira. Pois ao ver a imagem as pessoas já vão a identificar com cachaça  aguçando os seus sentidos e conseqüentemente consumirem mais”.

     
    Apreciada por todo o país, a bebida possui suas particularidades ao ser produzida. A regionalização do líquido o faz ser conhecido por diversos nomes, como Branquinha, Caninha, Parati e Pinga. Mas mesmo sendo abrangente em nomenclaturas, os alambiqueiros tem que manter as regras estabelecida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Industrial e Comercial que segue em “bebida com teor alcoólico entre 38% e 48% em volume, a 20°C, obtida de destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do sumo fermentado de caldo de cana.”

    Para o  “cachacier” Nestor Fiorin, é muito simples fazer cachaça. Nestor possui um alambique na região de Sumaré e define passo a passo o que se deve fazer para ter uma de pinga de qualidade: primeiramente é o corte da cana-de-açúcar,  depois a moagem, a fermentação e por último a destilação, isso quer dizer que em torno de três dias a Caninha estará pronta para o consumo. Ele salienta que a primeira dosagem que sai do tonel  é descartada, pois contém muitas impurezas que fazem mal a saúde. (Confira o vídeo abaixo).


    A data escolhida para o Dia Nacional da Cachaça possui história em suas raízes, sendo que dia 13 de setembro de 1661 foi liberada a produção e comercialização da bebida no Brasil pela coroa portuguesa após serem pressionados pelos produtores. Sua legitimação foi feita apenas pelo IBRAC durante a feira ExpoCachaça no ano passado, pois o projeto-lei nº 5428/2009 tramita na Câmara dos Deputados, porém todos os produtores comemoram neste dia, independente do veredicto final.



    Slow Food: a importância de uma alimentação saudável

    Segundo o líder da rede em Campinas, a origem dos alimentos é a primeira preocupação da ideologia

    Bruna Marin

    Tempo e saúde. Duas palavras que não combinam no dia-a-dia das pessoas do século atual, afinal o homem vive em uma sociedade que não para um só minuto. Mas será essa a vida que as pessoas têm planejado para si? Para ter uma vida saudável, o ser humano precisa se alimentar bem, no entanto poucas pessoas param para pensar de onde vieram os alimentos que estão consumindo, como foram tratados e por qual motivo foram comercializados e chegaram às mesas de suas casas.


    A filosofia consegue adeptos apenas por meio da
    produção de livros e divulgação de vídeos na internet
    O Slow Food é uma ideologia que acredita que os alimentos devem ser repensados na visão do produtor e do co-produtor. O primeiro, é quem produz e o segundo, por sua vez é quem consome. “Nós comemos e não sabemos se o alimento foi feito pensando para cada ser humano, ou se foi vendido a uma indústria, para daí sim ser comercializado. Não há mais a preocupação com a saúde e a vida das pessoas”, explica Mário Firmino Líder do Convívio Slow Food Campinas.

    Fundado em 1989, na Itália, pelo jornalista Carlos Petrini com intuito de contrastar os efeitos do Fast Food e do ritmo acelerado da vida, o conceito de comida devagar surgiu com a intenção de conscientizar as pessoas de que o importante são os nutrientes dos alimentos e a exaltação de diversos sabores. “Hoje em dia os alimentos não fazem bem para a saúde e têm sabores homogêneos, puro reflexo da correria da vida atual”, completa Mário.

    Presente em mais de 150 países, a filosofia acredita no bom, no limpo e no justo, ou melhor na ecogastronomia. Bom porque a dieta fresca e rica em sabores é capaz de satisfazer os sentidos do ser humano, sempre respeitando a cultura local. Limpo, porque é produzido respeitando o meio ambiente e a saúde humana; e justo devido aos preços acessíveis e pagamentos justos aos pequenos produtores.

    “É muito importante que as pessoas reflitam sobre os seus hábitos. Por exemplo não condenamos o consumo de carnes, mas acreditamos que não devemos comer a grande quantidade a qual estamos acostumados. Para nós também é preciso saber de que forma o animal foi criado, sem maus tratos e com uma boa alimentação”, afirma Margarida Nogueira adepta e líder do Convívio do Rio de Janeiro.

    Confira no vídeo abaixo a entrevista feita com Mário Firmino e saiba quais são os benefícios do Slow Food para a saúde e para o meio ambiente.



    Curiosidades

    Há três conceitos básicos para a filosofia: a comunidade, a arca do gosto e as fortalezas. No Brasil, o exemplo dado por Mário Firmino é o do Caranguejo Aratu, exclusivo do sul de Sergipe e que está presente em uma fortaleza. Ele é uma especiaria do nordeste produzida de uma forma extrativista, na qual não há criatórios e são criadas no manguezal. A carne é tirada manualmente nessas comunidades quilombolas e oferecida a preços cada vez menores ao longo do dia.


    Entenda esses conceitos:

    - Comunidades: defendem o preparo e a receita especifica ou um determinado ingrediente, seja uma planta ou um animal.

    - Arca do gosto: qualquer produto que corre o risco de desaparecer de uma região, é colocado simbolicamente em uma arca para ajudar na preservação, “como se fosse uma Arca de Noé”. Quando um produto vai parar na arca do gosto, o Slow Food passa a divulgar mais intensamente este produto internacionalmente, virando alvo de reportagens e de alguma forma conscientizando a população.

    - Fortaleza: Se ainda assim o produto correr um risco muito maior por questões socioeconômicas por exemplo, culturais ou de qualquer outra ordem, este preparo, ingrediente ou produto é elevado à categoria de fortaleza. Com isso pode até receber apoio financeiro de instituições que ajudam o Slow Food.

    Na Transilvânia, nas encostas dos Montes Cárpatos, os pastores se sustentam ainda graças à produção de queijo elaborado a partir do leite das ovelhas das raças tradicionais Turcanan e Tigae. Para tornar o Bânzá de Burduf um dos queijos romenos mais extraordinários e mais apreciados, os pastores envolvem o Cas – queijo – fresco na casca dos pinheiros. A fortaleza foi criada em 2006 para ajudar os produtores deste queijo tradicional e para proteger as florestas, fundamentais para a produção.